quinta-feira, 25 de junho de 2015

Como falar de seus pontos fracos numa entrevista de emprego?

São Paulo - Não é uma questão de arrogância. Muitos candidatos acham difícil falar sobre seus pontos fracos numa entrevista de emprego simplesmente porque não têm autoconhecimento suficiente.
Na opinião de Claudia Troca, gerente da consultoria Robert Half, ficar em silêncio ou mencionar qualidades disfarçadas de defeitos - como se o único problema fosse ser dedicado demais ao trabalho, por exemplo - não significa que você seja cego às suas próprias limitações.
“Se a pessoa hesita ou precisa recorrer a clichês, o que nos mostra é que não sabe muito sobre si mesma”, afirma ela. “Perfeccionista” e “workaholic", aliás, são as palavras que a recrutadora mais ouve da boca dos candidatos. 

De acordo com Ricardo Rocha, gerente executivo da consultoria Michael Page, muitos candidatos dão respostas vagas ou superficiais porque vão para a entrevista sem se preparar para a famigerada pergunta.
Para falar das suas fraquezas com exatidão e propriedade, explica ele, é preciso fazer previamente um exercício de autoanálise. Colher e analisar feedbacks de colegas e chefes também é indispensável.
“A pergunta serve não apenas para realmente saber quais são os seus pontos negativos, mas também para testar o seu nível de autoconhecimento”, diz Ricardo. “Mostrar que você pesquisou e refletiu sobre as suas próprias falhas é muito importante”.
Diga tudo
Mas será que sinceridade total é uma boa ideia? Para Claudia, a resposta é sim. Colocar todas as cartas na mesa, diz ela, é a opção mais honesta e produtiva para ambas as partes.
Se você omite a sua dificuldade para gerir pessoas, por exemplo, esse problema aparecerá em algum momento depois que você for contratado. Qualquer falsa expectativa criada na entrevista acaba cobrando seu preço mais tarde.
Ainda assim, observa Ricardo, um filtro é necessário: o contexto. “Não cabe falar de defeitos de ordem pessoal ou citar a falta de uma qualificação que não é exigida para a vaga”, afirma.
Próximos passos
Os recrutadores também consideram essencial que o candidato não apenas mencione e descreva suas fraquezas, mas também diga o que está fazendo para saná-las.
O ideal é falar sobre o histórico da questão: como e quando ela foi observada, quais foram os feedbacks que você recebeu a respeito dela, bem como momentos em que você conseguiu superá-la na prática.
Segundo Ricardo, o candidato deve mostrar a evolução de seus pontos fracos, com destaque para as providências que já tomou - e ainda vai tomar - para reagir ao problema. 
Se você não tem uma determinada competência técnica relevante para a empresa, por exemplo, pode mencionar que pretende se matricular num curso sobre o assunto, diz o gerente da Michael Page.
Para Claudia, o mais importante é demonstrar disposição para se aperfeiçoar. “O candidato ideal sabe muito bem quais são os seus pontos negativos e já tem um plano de ação para contorná-los”, afirma.
Fonte: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/como-falar-de-seus-pontos-fracos-numa-entrevista-de-emprego
25/06/2015 06:00

domingo, 14 de junho de 2015

Depressão em gestantes pode retardar crescimento do bebê



Mulher grávida


O que desencadeia estresse em gestantes, como violência e depressão, pode provocar retardo no crescimento do bebê ainda no útero. Esse é um dos resultados de uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), que acompanhou a gravidez de 900 mulheres do bairro Butantã, na capital paulista.
O objetivo do projeto é identificar fatores associados a um bom ou mau desenvolvimento de crianças – do nascimento à idade pré-escolar – do ponto de vista de saúde orgânica e mental.
O estudo mostrou alta prevalência de depressão (quase 30%), além de quadros de ansiedade (16%). Foi identificado que 27% das mulheres sofreram algum tipo de violência na gestação (física, psíquica ou sexual).

“Uma em cada quatro mulheres sofre uma situação como essa. A partir daí, identificamos que as crianças, cujas mães passaram por situações de estresse psicossocial, nasciam com peso inadequado para a idade gestacional”, explicou o coordenador da pesquisa, Alexandre Ferraro, professor da USP.
Ferraro destaca que o baixo peso e a altura insuficiente do bebê têm reflexo também na vida adulta. Segundo ele, pesquisas apostam em aumento nas chances dessa pessoa, quando adulta, ser hipertensa, diabética, obesa, ter câncer e desenvolver doenças mentais.
“Estamos vendo algo que está piorando o estado nutricional da criança quando nasce, mas isso não tem efeito só no nascimento, mas vai aumentar a chance desse indivíduo ter os principais problemas de saúde hoje presentes”, apontou.
O estudo analisou o impacto dos fatores de estresse por volta dos 6 meses de idade e constatou-se que o desenvolvimento cognitivo e de linguagem eram comprometidos por experiências que a mãe teve na gestação.
As crianças com esta idade apresentavam uma frequência de atraso na linguagem de 8%, no desenvolvimento motor de 11% e cognitivo de 3%, sendo que a depressão e o uso de álcool e drogas durante a gestação contribuíram de forma significativa com o atraso.
O professor avalia que é preciso ampliar os aspectos observados no pré-natal para favorecer um acompanhamento integral da mulher e prevenir os futuros impactos de fatores a que a mãe foi exposta para a criança.
“A mensagem desta pesquisa é: você está preocupado com a saúde do bebê e as suas consequências quando o bebê virar adulto? Então preste atenção na mãe”, disse Ferraro.
O médico comemora o fato de os pré-natais terem se massificado no país, mas acredita que é preciso avançar. “Isso significa preparo dos nossos profissionais de saúde para observar coisas que até então não costumavam prestar atenção”, declarou.
O projeto, que envolve os departamentos de pediatria e psiquiatria, contou com 20 psicólogas para aplicação dos questionários. A maioria das mulheres participantes da pesquisa (70%) pertencem à nova classe C.
A pesquisa, iniciada em 2011, está em curso. Nos próximos quatro meses, serão analisados dados referentes ao primeiro ano de vida e no próximo ano, os relativos ao segundo ano de vida. Entre os aspectos analisados, estão informações sobre o relacionamento da mãe com o bebê e o desenvolvimento físico e mental da criança.
“Serão observados aspectos de desenvolvimento motor, cognitivo, de linguagem que vão dar algumas pistas de como vai chegar na escola esta criança, cujas mães sofreram situações de estresse psicossocial”, apontou. 
Fonte: http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/noticias/depressao-em-gestantes-podem-retardar-crescimento-do-bebe
Data: 13/06/2015 17:22

Casos de doenças cardíacas aumentam no inverno



Infarto, ataque do coração


Brasília - O inverno está associado ao aumento dos casos de doenças cardíacas e da mortalidade cardiovascular, alerta o diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), Claudio Tinoco: estudos mostram que a cada queda de dez graus de temperatura, há aumento da incidência de complicações cardíacas em torno de 30% a 40%.
Alguns motivos contribuem para isso. O primeiro é o aumento das infecções respiratórias que ocorrem na época do inverno. Gripes e resfriados provocam uma sobrecarga no sistema circulatório. “O coração tem que trabalhar mais, bombear mais sangue para atender às necessidades. Além disso, a infecção agride os vasos na sua superfície de recobrimento mais interno, chamado endotélio, e este fica mais vulnerável a processos de trombose, seja o acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, seja o infarto do miocárdio ou ataque cardíaco”, diz o médico.
Tinoco adverte que as pessoas com problemas cardíacos, como a dilatação das câmaras do coração, que leva a uma diminuição do funcionamento do órgão, também têm maior taxa de internações no inverno, devido a essas infecções respiratórias e, em consequência, maior mortalidade.

O frio leva ainda a um fenômeno chamado vasoconstrição. “Os vasos ficam contraídos para impedir a perda do calor. Por isso, é comum as mãos e a ponta do nariz das pessoas ficarem geladas no período do inverno, porque os vasos contraem, para manter o sangue circulando na parte central do corpo e que não haja perda de calor”. Essa vasoconstrição leva também a uma sobrecarga do coração, que passa a trabalhar com mais força, para atender às necessidades cardíacas.
Outro problema observado no inverno é que as pessoas tendem fazer uma alimentação mais pesada, com excedente de álcool. O diretor da Socerj assegurou que a soma de todos esses fatores acaba aumentando o risco das arritmias, do infarto e outras complicações cardíacas. Para evitar esses problemas, disse que uma das coisas mais importantes é que as pessoas sigam as orientações do seu médico clínico ou cardiologista e façam os exames preventivos.
O controle rigoroso da pressão arterial, evitar o tabagismo, fazer atividades físicas, controlar a glicose, o peso e o colesterol são a base de uma saúde adequada. Esses cuidados se somam a outros na época do inverno. “Como o frio aumenta as complicações cardíacas, a gente recomenda que as pessoas evitem se expor desnecessariamente a temperaturas muito baixas, sem proteção, em atividades ao ar livre, especialmente se forem pessoas que têm problemas cardíacos.
Outra recomendação direcionada à população mais idosa, acima de 70 anos, é a vacinação contra a gripe no período que antecede o inverno. Tinoco alertou que a campanha de vacinação do governo teve uma adesão baixa da população, mas protege não só das infecções respiratórias, como das complicações, das quais a mais temida é a pneumonia. “Também diminuem as complicações cardiovasculares quando as pessoas fazem vacinações”.
O presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Pedro Pablo Komlós, alertou que também o sistema vascular pode ser afetado na época do inverno. No tocante às veias ou varizes, que têm a característica de se dilatarem no verão, gerando inchaço das pernas, sensação de peso e cansaço, os sintomas tendem a melhorar no inverno. Já no que diz respeito às artérias, que levam o sangue limpo, cheio de oxigênio, do coração para as extremidades do corpo, o frio pode causar um estreitamento dos vasos, principalmente quando há deficiências. “Quando o sistema é normal, as extremidades não sentem tanto”.
Pedro Komlós disse que há algumas doenças funcionais que dependem de maior dilatação ou constrição dos vasos. Entre elas, destacou a Doença de Raynaud, que se caracteriza por palidez cadavérica de extremidades, que ocorre em especial em pessoas com grande sensibilidade ao frio. Essa palidez é passageira e se manifesta mais no Rio Grande do Sul do que em estados de temperatura temperada, como o Rio de Janeiro. “Os problemas arteriais é que têm os sintomas agravados com o frio”. Não há, porém, risco direto de morte para esses pacientes, descartou.
A recomendação da SBACV é que os pacientes portadores de doenças arteriais, principalmente no início do inverno, mantenham as extremidades aquecidas, evitem contraste brusco de temperaturas e traumatismos maiores nas extremidades porque, com a diminuição do fluxo arterial, isso pode ter uma evolução mais agressiva. “Mas, fundamentalmente, que se mantenham em controle com um especialista”, concluiu.
Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/casos-de-doencas-cardiacas-aumentam-no-inverno    -   Data: 13/06/2015 16:30

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Inscrições para o Sisu começam nesta segunda-feira

Processo seletivo usa

a nota do Enem 2014 

e reúne 55 mil vagas para 72 instituições


Sisu é o programa federal que seleciona estudantes para instituições públicas de ensino superior com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
Sisu é o programa federal que seleciona estudantes para instituições públicas de ensino superior com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)


Começam nesta segunda-feira as inscrições para a edição de meio de ano do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), plataforma do Ministério da Educação que reúne vagas no ensino superior público. O prazo termina às 23h59 da próxima quarta, dia 10. O cadastro é gratuito e feito exclusivamente no site do Sisu 2015.
A edição deste ano do Sisu vai oferecer 55.576 vagas em 72 instituições públicas de ensino superior de 25 Estados do país. Somente Amazonas e Mato Grosso não têm vagas abertas pelo sistema.
Seleção - Para se cadastrar no Sisu do segundo semestre, o estudante precisa ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014. Outro pré-requisito é que o candidato não tenha zerado a prova de redação. Ao fazer a inscrição, é possível escolher até duas opções de curso, na ordem de preferência. O resultado da seleção será divulgado em 15 de junho em uma única chamada e a matrícula deverá ser feita na instituição de ensino nos dias 19, 22 e 23 de junho.
Durante o período de inscrição, uma vez por dia, o Sisu calcula a nota de corte, que é a menor nota para ficar entre os potencialmente selecionados para cada curso, com base no número de vagas disponíveis e no total dos candidatos inscritos naquele curso, por modalidade de concorrência. A nota é apenas uma referência e não uma garantia de que o estudante será selecionado. Até o fim do período de inscrição, o candidato pode mudar de opção de curso. Quem não conseguiu uma vaga na chamada regular pode participar da lista de espera se inscrevendo na página do Sisu, na internet, entre os dias 15 e 26 de junho.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/inscricoes-para-o-sisu-comecam-nesta-segunda-feira   -     - Atualizado em 

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Dilma afundou a economia e Lula acha que vai sobrar para ele


A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula


São Paulo - Têm ampla circulação, nas salas onde se conversa a portas fechadas, os comentários de que o ex-presidente Lula estaria plenamente insatisfeito com o desempenho de sua sucessora, Dilma Rousseff, à frente do governo.
Lula, segundo se repete nos círculos à sua volta, não está feliz com quase nada do que tem visto, mas o foco central de seu descontentamento é a gestão atroz da economia durante estes quatro anos e meio da presença de Dilma no Palácio do Planalto — logo ela, Dilma Rousseff em pessoa, que seu criador descrevia como uma gerente “excepcional”, capaz de proezas administrativas que iriam deixar o planeta em transe de admiração.
Durante algum tempo, Lula fez bravos esforços para acreditar na fantasia da “gerentona”, pelo menos nos discursos. Mas quem diz economia diz resultados, e os resultados que Dilma tem posto à mesa são exatamente os que estão aí na frente de todo mundo — uma gororoba de números horrorosos que acaba com qualquer boa vontade em relação à cozinheira.

Ninguém gosta, é claro, mas o ex-presidente parece gostar menos do que todo mundo. Pelo que se murmura em suas vizinhanças, Lula começa a ficar com a impressão de que a performance econômica de Dilma pode causar avaria grossa em sua biografia; ela estaria “estragando” tudo aquilo que ele imagina ter construído.
A má notícia, aí, é que Lula pode estar certo. O atual governo ainda tem três anos e meio de contrato a cumprir — e, se de um lado isso significa que ainda há tempo para uma recuperação, também está perfeitamente claro que a caminhada até o fim do mandato vai demorar um colosso.
O que se tem à vista, no momento, não é de animar. O problema não está propriamente na ação do governo; ao contrário, o comando econômico, de janeiro para cá, tem agido de maneira consistente, profissional e aplicada contra o desastre arquitetado e executado com pertinácia pelo Palácio do Planalto desde 2011.
Tenta tomar as medidas necessárias para lidar com a situação objetiva que está aí; trabalha dentro de uma racionalidade desconhecida pela política econômica dos quatro primeiros anos do governo Dilma.
O problema está na evidência de que ao Brasil, com os problemas que tem hoje, não basta escapar do abismo — é preciso construir um futuro, e disso não há sinal. Nada do que possa levar ao progresso verdadeiro está em consideração pelos gestores da economia nacional, e nada indica que venha a estar em prazo próximo.
Os receios de Lula quanto à possível desconstrução de sua imagem ganham reforço com a divulgação, a cada mês, dos números doentes do balanço de contas externas — um dos setores da economia que mais brilharam em seu governo e colocaram o Brasil provavelmente na melhor situação cambial de sua história econômica.
Em seus oito anos na Presidência, Lula viu a balança comercial ter superávit oito vezes seguidas. No ano passado, as exportações brasileiras ficaram abaixo das importações em 4 bilhões de dólares — não se via isso desde 2000, o último ano em que o país teve déficit na balança comercial.
Na conta maior, a do balanço de pagamentos, a coisa está pior. Os últimos números, referentes ao mês de abril de 2015, mostram um déficit de 7 bilhões de dólares no total das transações externas do Brasil; até o fim do ano, o rombo deve chegar a 85 bilhões.
Não se trata de um percalço transitório, e sim da consequência direta de decisões econômicas e políticas claramente ineptas, tanto na frente interna quanto nas relações do país com o exterior. A evidência disso é o déficit de 105 bilhões de dólares no balanço de pagamentos de 2014, o maior que o Brasil jamais teve. Não existe acaso em catástrofes desse tamanho.
Lula sabe que os cerca de 370 bilhões de dólares que o Brasil tem em reservas cambiais no momento, e que nos separam de uma situação de insolvência em moeda forte, foram originados pelo sucesso das contas externas brasileiras durante seu governo. Não quer, é óbvio, ver essa poupança indo para o espaço.

Fonte: http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1091/noticias/pode-sobrar-para-ele - 03/06/2015 18:00