Influenciar outras pessoas não é mágica, é ciência
A persuasão nada mais é que uma estratégia de comunicação que consiste
em utilizar recursos lógico e racionais ou simbólicos para induzir alguém a
aceitar uma ideia, uma atitude ou realizar uma ação.”
E não pense você que a persuasão é somente utilizada na hora de fazer
uma venda, ou por políticos ou marketeiros.
Ou ainda que é um método desenvolvido para forçar outras pessoas a
fazerem coisas que não gostariam através da manipulação.
Na verdade, é a arte de fazer com que as pessoas façam coisas que já são
de seu interesse, mas que também tragam benefícios para você.
E fazemos uso dela o tempo todo: ao tentar convencer um colega de
trabalho a dar uma ajuda com alguma tarefa complexa, argumentar com alguém
sobre a brilhante ideia que você teve ou tentar convencer seu cônjuge que vocês
precisam trocar de carro.
Se já influenciamos pessoas em nosso dia a dia, sem ao menos perceber,
porque não aprender um pouco mais sobre a arte da persuasão com zero
manipulação e como ela pode ser usada para seu benefício e das outras
pessoas a seu redor?
Você sabe o que são e para que servem os gatilhos mentais?
Bom, imagine que você esteja com um problema e possui duas alternativas
para resolvê-lo e, aparentemente, está em dúvida sobre qual decisão tomar.
Faça algo simples: jogue uma moeda para o alto.
Não que a moeda vá decidir por você, mas nos instantes que ela estiver
no ar, você vai saber para o que está torcendo.
E sabe por que isso acontece?
Porque todas as nossas decisões são tomadas, primeiro, no inconsciente,
e só depois vêm à consciência, normalmente acompanhadas de uma justificativa
racional.
Um estudo realizado pela Associação Americana para o Avanço da Ciência
(AAAS) mostrou que o ato de escolher pode ser dividido em três partes:
- Seu cérebro decide o que você vai fazer;
- Essa decisão aparece na sua consciência, o que transmite a sensação
de que você está tomando a decisão de forma racional;
- Você age de acordo com a decisão tomada
Pode parecer estranho, mas na realidade existe um número enorme de
decisões que nosso cérebro toma e executa sem informar à nossa consciência.
Quando decidimos caminhar, por exemplo, a decisão é consciente, mas logo
em seguida o cérebro assume o controle e coordena a ação de dezenas de músculos
nas pernas e braços, garantindo que demos um passo, e depois outro e assim
sucessivamente.
Algumas decisões do nosso dia a dia são simples e demandam pouca energia
do nosso cérebro. No entanto, outras, como comprar um imóvel, são mais
complexas e exigem mais esforço mental.
Mas, imagine se, para toda decisão complexa, seu cérebro tivesse que
analisar minuciosamente cada aspecto da situação. O cansaço mental seria uma
constante em nossas vidas.
Porém, nosso sistema nervoso possui um mecanismo de filtragem para
validar as nossas escolhas. E é aí que entram os gatilhos mentais.
Eles são diretrizes que o nosso cérebro adota para não precisar fazer
todo um trabalho de reflexão a cada tomada de decisão.
Isso quer dizer que, ao aplicar os gatilhos mentais de forma correta,
você é capaz de engajar as pessoas, motivando-as a agir.
GATILHO MENTAL #1 – ESCASSEZ: “TIVE QUE PERDER PARA DAR VALOR”
É comum ouvirmos alguém dizer que “precisou perder para dar valor”,
especialmente no que diz respeito a relacionamentos afetivos.
Acredite, a mesma lógica funciona para os negócios. As pessoas costumam
dar mais valor àquilo que é escasso.
Isto porque o inconsciente coletivo costuma associar que, quanto mais
difícil for conseguir determinado objeto de desejo, mais raro e valioso ele é.
Além disso, estudos realizados por Daniel Kanheman (o mesmo do livro
citado acima) e Amos Tversky, comprovaram que o sentimento de perda é muito
mais forte do que o sentimento de ganho, sendo1,5x – 2,5x maior.
E é fácil entender isso…
Você prefere ganhar um desconto de R$ 5,00 ou evitar um pagamento
adicional de R$ 5,00?
Se você é como a maioria das pessoas, você prefere evitar um pagamento
adicional de R$ 5,00…
Mas receber um desconto de R$ 5,00 não traria o mesmo resultado?
Sim!
Embora em ambas situações você economizasse R$ 5,00, na
primeira você tem uma sensaçãopositiva (ganhar um desconto),
enquanto na segunda uma sensação negativa (evitar pagamento adicional).
As palavras são poderosas. E quando usadas para reforçar um gatilho
mental, elas se tornam extremamente persuasivas.
Caso de Sucesso:

“Apenas um restante em estoque…”
A mente do consumidor automaticamente entra no estado “não posso
perder”.
O gatilho da escassez é utilizado direto por sites de vendas, como a
gigante Amazon.
Ao invés de tratar o baixo estoque de produtos como algo negativo, as
empresas perceberam que colocar as pequenas quantidades restantes de
um produto aumentaram as vendas.
Esse é um gatilho muito poderoso quando utilizado com integridade.
Como usar o gatilho mental da
Escassez no seu negócio:
O gatilho da escassez é um dos mais poderosos. Quando o cliente não está
totalmente seguro sobre comprar o seu produto, a possibilidade de não podê-lo
mais adquirir o fará agir.
A partir do momento que você manda um email anunciando que é a última
oferta, ou quando divulga um curso com “vagas limitadas”, o seu público
tende a tomar uma decisão rapidamente e de forma automática.
Isso acontece porque ele será movido pelo medo inconsciente de perder
aquela oportunidade que talvez nunca mais se repita.
Use essa estratégia não só em títulos, mas também oferecendo conteúdo
exclusivo a um número restrito de pessoas.
Exemplo: oferecer um bônus apenas para os 20 primeiros que
comprarem/ligarem.
Mas não se esqueça de estabelecer uma escassez real. Se o público
perceber que você sempre usa este artifício apenas para chamar atenção, o
efeito pode ser justamente o oposto.
Não passe a impressão de que as pessoas sempre têm que fazer as coisas
quando você quer, apenas torne a decisão mais clara para elas.
GATILHO MENTAL #2 – URGÊNCIA:
É AGORA OU NUNCA!
O gatilho mental da Urgência é muito parecido com o da Escassez, mas
está ligado ao fator tempo, pois o produto ou serviço têm um prazo limite para
serem adquiridos.
É um gatilho muito efetivo porque uma das piores sensações para o ser
humano é a impossibilidade de escolher. Depois que o prazo acabar, a
única escolha da pessoa será ficar sem aquele produto ou serviço.
Como odiamos nos sentir impotentes, agimos o mais rápido possível.
Afinal, adquirir um produto e se arrepender é menos pior que viver com a dúvida
sobre a diferença que aquilo faria na sua vida.
Caso de Sucesso:

O site de ofertas coletivas Groupon disponibiliza uma oferta aos
visitantes com tempo definido.
O relógio está correndo e o cliente só pode aproveitar a oferta até
um determinado e preciso horário.
Ver a mudança dos números no horário, principalmente nos últimos
minutos, faz com que a sensação de perder uma oportunidade seja iminente,
causando ansiedade ao visitante.
Baseando-se no gatilho de urgência, sites de ofertas coletivas e
leilões ganharam uma grande força na internet.
Perceba também na imagem acima como eles utilizam outro gatilho
mental logo abaixo do contador: “8842 comprados”. Você sabe qual é?
Falaremos dele adiante nesse artigo.
Como usar o gatilho mental da
Urgência no seu negócio:
A procrastinação é um dos maiores vilões para qualquer tipo de negócio.
(abordamos um guia completo sobre os vilões da produtividade aqui).
Os clientes adiam a decisão de compra e acabam desistindo dela. Mas ao
usar esse gatilho, você ativará um comportamento impulsivo no seu cliente.
Isto porque quando algo demanda urgência, não pensamos muito, apenas
agimos no ato inconsciente de nos resguardarmos de um perigo iminente.
(no caso, o fato de nunca mais conseguir adquirir determinado produto)
Para ativar esse gatilho, você pode usar palavras e expressões que
demandem uma resposta comportamental instantânea, como: “Só até hoje”, “Sua
última chance”, “Hoje é o último dia”, “Imediato” e “Agora”.
Assim como na Escassez, use apenas quando o que você tem a oferecer
realmente for urgente e finito. E o mais importante: sempre explique o
porquê de ter um prazo limitado.
Quanto mais o motivo for verdadeiro e incontestável, mais esse gatilho
mental será eficiente. De preferência, use-o associado a outros gatilhos, como
o da reciprocidade.
GATILHO MENTAL #3 – AUTORIDADE:
MANDA QUEM PODE, OBEDECE QUEM TEM JUÍZO
Este é um gatilho bem peculiar, pois ao mesmo tempo que é muito eficaz,
também pode ser nocivo se usado para o mal.
Houve um grande experimento realizado por Stanley Milgrim na
década de 1960, no qual as pessoas estavam dispostas a
castigarem outros participantes movidas pelas ordens de uma autoridade (um
professor).
Toda vez que um dos participantes (um ator) errasse uma pergunta, o
outro integrante do estudo (pessoa comum) deveria dar-lhe um choque.
Os choques eram de mentira, mas o ator fingia estar sentindo cada vez mais dor,
chorando e gritando.
Mesmo sentindo-se desconfortáveis com a situação, os participantes
convidados cumpriam o que era mandado porque o ser humano tende a obedecer
a quem ele julga como superior, por uma questão de respeito.
Então, se você quiser que as pessoas confiem em você e no seu trabalho,
precisa posicionar-se como uma autoridade no nicho em que atua.
Caso de Sucesso:
“Quem usa Tigre é autoridade no assunto”.
Essa tagline tem como objetivo mostrar às pessoas que a marca em
questão é a melhor escolha se tratando de tubos e conexões.
Quem sabe disso, é tratado como autoridade, é respeitado e levado a
sério. Ao contrário, quem não entende sobre tubos e conexões e acredita que
são todos iguais, simplesmente não é respeitado.
E assim acontece em qualquer negócio ou até situações comuns do dia a dia.
Se você vai a um hospital para visitar um familiar e um homem de calça
jeans e camiseta fala com você, é diferente de quando uma pessoa com
jaleco branco dá uma informação.
O simples fato de a pessoa estar vestida com um acessório característico
da área médica já dá a ela a autoridade de falar como tal.
Enfim, transmita a ideia de que você é uma autoridade em seu nicho. E
mais importante que isso: seja uma autoridade! Castelos construídos sobre areia
não duram muito tempo.
Como usar o gatilho mental da
Autoridade no seu negócio:
Para usar este gatilho em seu negócio, é preciso mostrar que você
entende bem sobre aquilo que se propôs a escrever ou explicar e posteriormente
vender.
Sendo assim, antes de oferecer qualquer produto pago ao seu público,
ceda materiais úteis e gratuitos.
Mostre às pessoas que você tem experiência no assunto, adquira a
confiança delas e a autoridade será uma consequência, juntamente com a reciprocidade
(gatilho que veremos adiante).
Se você já palestrou em algum evento, considere usar uma imagem
sua dando essa palestra.
É incrível o poder que uma foto de uma pessoa segurando um microfone
tem.
Inclusive, a página sobre o Viver de Blog possui uma imagem que
reune algumas das palestras que já ministrei pelo Brasil.
Além disso, peça que especialistas do seu nicho gravem depoimentos sobre
você e sobre suas habilidades.
Para tanto, por mais que você queira se posicionar como autoridade,
sempre tenha humildade e respeito pelo trabalho de outras pessoas.
Cite as referências que você usa em seu trabalho, indique alguém
capacitado quando você não dominar determinado assunto. Dessa forma, você
construirá uma rede sincera de contatos qualificados.
Ou seja, conquistar autoridade não é tarefa fácil, mas através de um
trabalho consistente e bem feito, ser visto como especialista é algo natural.
Dica: Se você já conquistou sua autoridade, não a jogue no lixo promovendo
profissionais ou produtos os quais não confia plenamente. É a sua credibilidade
que está em jogo. Fique atento a isso principalmente se você deseja trabalhar
na internet. A confiança da sua audiência é seu bem mais precioso.
Confiança demora-se muito tempo para adquirir, mas pode acabar com
apenas uma experiência negativa. E, não tenha dúvida, recuperar a confiança de
alguém é muito mais difícil que adquiri-la pela primeira vez.
GATILHO MENTAL #4 –
RECIPROCIDADE: GENTILEZA GERA GENTILEZA
O gatilho da reciprocidade é um dos mais importantes e é também a base
do inbound marketig.
Isso porque temos uma tendência natural a querer retribuir àquilo ou
àquele que nos gera valor de alguma forma. Mas é claro que precisamos perceber
esse ato como algo espontâneo, feito de coração.
Por isso suas ações devem, primeiramente, objetivar tornar a vida das
pessoas mais simples e, depois, gerar algum lucro para você. Não o contrário.
As pessoas sentem isso.
Caso de Sucesso:
Eu desafio você a assistir esse vídeo sem esboçar um sorriso
(ou deixar cair uma lágrima).
Não existe nada mais gratificante do que ver pessoas sendo gentis e
ajudando outras pessoas sem intenção nenhuma de serem recompensadas…
Mas a própria rede “The Fifties” se sentiu na “obrigação” de retribuir,
oferecendo uma sobremesa grátis pela gentileza gerada.
Nasce o nome da campanha: “Gentileza gera sobremesa”.
O objetivo é incentivar que o frequentador da lanchonete doe R$ 1,26 por
mês pelo período de um ano ao Projeto Giramundo, iniciativa da ONG Cidadania
Corporativa, que colabora com a inserção social de indivíduos com alguma
necessidade especial de locomoção.
Não faça as coisas esperando uma recompensa, mas a vida sempre trata de
retribuir as boas ações.
Como usar o gatilho mental da
Reciprocidade no seu negócio:
A reciprocidade é o gatilho mais nobre e deve ser usado em qualquer
negócio, mesmo aqueles que não usam uma estratégia de marketing de conteúdo.
Sempre ofereça materiais gratuítos para seu público. Até quando for
vender algo, dê uma amostra grátis do seu produto ou serviço.
Assim, a pessoa ficará com a sensação de que está te devendo um favor e
precisa retribuir de alguma forma, seja cadastrando o email na sua lista ou
mesmo comprando um de seus produtos.
E o mais importante: tenha a reciprocidade como um hábito. Ela gera
frutos para o seu negócio, mas os ganhos estão para além do que a ciência pode
explicar.
A sensação de ajudar as pessoas e se sentir útil é imensurável.
Observação: Existe um gatilho que chamamos de reciprocidade
inversa, mais conhecida como Efeto Bem Frankin, que é estimulado quando
pedimos um pequeno favor possível a alguém.
Após a realização desse pedido, a pessoa passa a ter um sentimento bom
por quem o pediu, mesmo em casos de inimizade.
Isso acontece porque a partir do momento em que a pessoa executou o
favor, ela tem uma dissonância cognitiva.
Isto é, percebe que é incompatível a relação entre seus sentimentos
anteriores e a ação de ajudar a quem pediu o favor.
Para ordenar ambas as cognições e resolver o conflito interno, a
pessoa passa a gostar da outra justamente para que pensamento e atitude estejam
em acordo.
Em seu negócio, este gatilho pode ser usado quando você oferece ao
público a possibilidade de ajudar na resolução de algum problema em seus
materiais (gratuitos ou pagos).
Para que a reciprocidade inversa funcione, certifique-se de:
- Pedir um favor simples e fácil de realizar aos leitores/clientes;
- Assegure-se de que seu pedido foi atendido;
- Agradeça sinceramente pelo favor feito;
- Não retribua o favor instantaneamente para que a dissonância não se
esclareça;
- Continue tratando as pessoas para quem pediu o favor de maneira
amigável para reforçar o sentimento.
GATILHO MENTAL #5 – PROVA
SOCIAL: DIGA-ME COM QUEM ANDA…
Jean-Paul Sartre já dizia: “O outro é nosso melhor espelho”. Sim, somos
seres sociais e muitas das nossas atitudes baseiam-se no que as outras pessoas
esperam de nós.
Além disso, temos necessidade de pertencer a grupos que nos
identifiquem como indivíduos, dessa forma, a prova social é um gatilho muito
poderoso.
Veja um exemplo do cotidiano. Se você tivesse que escolher entre dois
restaurantes: um bem mais cheio, com uma fila de espera, ou o do lado, totalmente
vazio… Qual escolheria?
Por mais que as pessoas não gostem de esperar, elas preferem não se
decepcionar. Logo, pensamos: se o restaurante está cheio é porque é bom. E
vice-versa.
Em um estudo realizado em 1968, Leonard Bickman, Lawrence Berkowitz e
Stanley Milgram analisaram 3 casos:
- No primeiro, uma pessoa fica parada na rua olhando para o céu.
O resultado foi que, das pessoas que passavam pelo lugar, 40%
também paravam e olhavam na mesma direção;
- No segundo caso, duas pessoas estavam paradas olhando para cima e
dessa vez 60% das pessoas paravam e olhavam na mesma direção;
- Por último, 4 pessoas olhavam para cima e nesse caso, 80%
dos pedestres pararam e também olharam para cima
A que conclusão nós chegamos?
Independemente do motivo (medo, curiosidade, hesitação), quanto mais
pessoas optam por determinada opção, mais somos influenciados a tomar a mesma
atitude.
Seja em relação à moda, alimentação, um aplicativo e etc.
Caso de Sucesso:
Você já ouviu falar sobre Dubsmash?
Eu aposto que sim. Afinal, o aplicativo de dublagem viralizou sendo
baixado mais de 20 milhões de vezes.
Essa é (ou era até o momento que estávamos escrevendo o artigo) a nova
sensação do momento (até quando?), sendo usado por diversos famosos, gerando
curiosidade e uma enorme prova social para o aplicativo.
Alguns famosos como Cléo Pires, Caio Castro, Cláudia Leite, entre
vários outros, usaram esse aplicativo para publicar um vídeo em suas contas no
Instagram.
Esse pequeno ato fez com que milhares de fãs o baixassem
instantaneamente para gravarem seus próprios vídeos com ele.
As redes sociais são uma ferramenta explosiva para viralização e mostram
como simples ideias podem cair no gosto popular rapidamente.
Conheça nosso infográfico sobre marketing viral.
Como usar o gatilho mental da
Prova Social no seu negócio:
Para ativar esse gatilho em seu negócio, use depoimentos de clientes,
números de pesquisas de satisfação, quantidade de unidades vendidas, imagens de
pessoas usando seu produto ou serviço, engajamento nas redes sociais, número de
leitores do site.
Um exemplo de prova social aqui no Viver de Blog é o infográfico sobre a
Psicologia das cores, com mais de 35.000 compartilhamentos sociais e o
infográfico sobre Erros Gramaticais, que está a caminho dos 10.000
compartilhamentos.
Vale lembrar que o gatilho da prova social está intimamente ligado ao da
autoridade. Se você conseguir gravar depoimentos de pessoas famosas ou
especialistas falando bem do seu produto, o efeito certamente será otimizado.
Além disso, dê a mesma atenção às críticas que recebe. Hoje em dia,
antes de adquirir um produto ou serviço, as pessoas procuram pela opinião de
terceiros em diversos sites.
Não negligencie as reclamações, pelo contrário, faça delas uma
oportunidade de se aproximar das pessoas que compraram alguma coisa de você.
Se você for cordial e procurar resolver o problema, certamente o
consumidor levará isso em consideração.
GATILHO MENTAL #6 – PORQUE:
“NÃO SÃO AS RESPOSTAS QUE MOVEM O MUNDO, SÃO AS PERGUNTAS”
Por mais que nossas decisões sejam tomadas no âmbito do inconsciente,
nossa mente sempre procura respostas racionais para justificar nossas
ações.
Mesmo em situações em que não há nenhuma justificativa inerente, nosso
cérebro busca algum significado.
Talvez por isso muitas vezes as pessoas recorram ao sobrenatural para
explicar determinados fatos.
Podemos perceber que esse questionamento faz parte da essência humana
quando vemos crianças de apenas 3, 4 anos perguntando o motivo de uma série de
situações estranhas a elas.
Em seu livro Influence, Robert Cialdini analisa um estudo realizado
sobre os pedidos de uma pessoa para passar à frente em uma fila de xerox.
Os testes examinaram como diferentes solicitações podem afetar a
disposição das pessoas para permitir que este indivíduo fure ou não a
fila.
No primeiro teste, o participante disse: “Desculpa, tenho cinco
páginas. Posso usar a máquina de xerox?”
Neste cenário, cerca de 60% das pessoas permitiram que ele
furasse fila e usasse a máquina antes delas.
Na segunda situação, a solicitação foi ligeiramente alterada.
Desta vez, o participante disse: “Tenho cinco páginas. Posso usar a máquina de
xerox porque estou com pressa?”
Você percebeu a sutil diferença entre os dois pedidos?
Vamos decompô-lo: Não foi apenas a solicitação minimamente alterada, mas
sim o “porque” (o motivo) que fez a diferença para que ele furasse fila.
“Porque eu estou com pressa” não é uma boa desculpa para a maioria de
nós. Mesmo assim, cerca de94% das pessoas deixaram que ele furasse a
fila desta vez.
Se você acha estranho, vamos à solicitação usada no terceiro e último
teste:
“Desculpe-me, tenho cinco páginas. Posso usar a máquina de xerox porque
eu tenho que fazer cópias?”
É uma justificativa insuficiente para que as pessoas deixassem o
participante furar fila, afinal, todo mundo ali quer tirar cópias.
Apesar disso, 93% das pessoas permitiram que ele passasse na
frente, apenas 1% a menos que no caso anterior, porém, 33% a mais
que no primeiro teste, no qual não há um porquê.
Cialdini explica que se trata de um princípio bem conhecido do
comportamento humano.
Quando pedimos a alguém para nos fazer um favor, a chance de ser bem
sucedido se torna muito maior quando oferecemos um motivo.
As pessoas simplesmente gostam de ter razões para o que elas
fazem.
Sendo assim, sempre busque justificar o que você está fazendo. Quanto
mais verdadeiro e genuíno for seu argumento, maiores serão as chances de seu
público confiar em você.
Caso de Sucesso:
Essa campanha do Esporte Clube Vitória, de 2012, foi tão
convincente, que além de alcançar seu objetivo, também conquistou dois leões de
ouro e dois de prata no Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions.
Este é o prêmio máximo da publicidade, o reconhecimento mundial
da campanha mais premiada feita por um clube de futebol.
E, se você gosta de futebol e possui um time do coração, certamente
ficaria sensibilizado caso ele mudasse, de uma hora para outra, as cores da
bandeira, o escudo ou qualquer outro elemento que o caracterizasse como aquele
time.
Foi pensando nisso que o Vitória, time tradicionalmente rubro-negro,
tirou o vermelho da camisa dos jogadores e a cor só voltaria aos uniformes
conforme os estoques de sangue do Hemoba, hospital de Salvador,
aumentassem.
Com menos de duas semanas de campanha lançada, o número de doações havia
aumentado 46%.
Sabemos que a prática de doar sangue é necessária, mas muitas vezes
precisamos estar com um ente querido necessitando de doações para
despertamos para isso.
Nesse caso, o amor pelo futebol falou alto e, mais que isso, o amor pela
camisa e pela história do clube.
O tema “O Vitória só depende do torcedor para voltar a ser rubro-negro”
mostrou como um bom motivo é o divisor de águas entre uma campanha comum e uma
campanha épica.
Como usar o gatilho mental do
“Porque” no seu negócio:
Na sua demonstração de vendas ou/e marketing, coloque o motivo de você
estar oferecendo algo, isso saciará a mente consciente da pessoa.
Exemplo: Eu acredito que toda pessoa pode viver de blog porque todo
mundo possui uma habilidade única que o mundo precisa conhecer através de um
blog/site na internet.
Nessa página sobre o blog, explico o “porquê” do Viver de Blog, assim
como os benefícios de ler esse blog e se cadastrar na nossa lista de
emails.
Tente analisar sua ação de vendas com o olhar do público e responda a
todas ou principais objeções sobre seu produto ou serviço.
Quando usar os gatilhos de urgência e escassez, procure explicar porque
seu curso oferece vagas limitadas ou porque seu produto só será vendido até o
dia seguinte.
Caso não exista uma explicação, geralmente as pessoas desconfiam
que é apenas uma estratégia de venda.
E mais importante que isso: se você disse que as vendas se encerrarão
amanhã, elas devem se encerrar amanhã e ponto final.
Mais a frente veremos no gatilho sobre Compromisso e Coerência como as
pessoas valorizam a concordância entre o que falamos e o que fazemos.
GATILHO MENTAL #7 –
ANTECIPAÇÃO: “A MELHOR FORMA DE PREVER O FUTURO É CRIÁ-LO”
Quando você vai ao cinema e assiste a um trailer empolgante que mexe com
as suas emoções, fica ansioso pela estreia daquele filme.
Este é o gatilho da antecipação, sem dúvida uma gatilho muito poderoso,
pois mexe com as nossas expectativas em relação ao futuro.
Algumas pesquisas indicam que projetar o futuro e o apresentar às
pessoas ativa partes do cérebro ligadas à felicidade.
Provavelmente porque o futuro é incerto e nos sentimos confortáveis com
boas perspectivas.
Em relação aos negócios, é importante arquitetar um cenário favorável, preparando
o terreno para o que está por vir. No caso, um produto ou serviço.
Ao anunciarmos algo que está por vir, é preciso mostrar suas
funcionalidades e como ele pode ajudar as pessoas, tocando nas dores e desejos
dela.
Quando isso é bem feito, mesmo quem não precisa do produto sente-se
atraído por ele.
A (boa) publicidade mexe com nossa imaginação, e muitas vezes o ato de
desejar determinada coisa acaba sendo mais prazeroso que possuí-la.
De qualquer forma, com as expectativas elevadas, estaremos propensos a
realizar uma compra quando a mesma estiver disponível.
Caso de Sucesso:
A Apple é uma empresa mestre em usar o gatilho da antecipação.
Não é à toa que todo ano organiza um evento exclusivo para anunciar as
novidades da empresa.
Além dos eventos que são divulgados para todo o mundo, a empresa possui
estratégias para cada produto específico.
Mas todas guardadas em segredo, criando um ar de mistério
sobre quais serão os próximas passos dessa empresa.
No vídeo acima chamado “reveal”, ela apresentou o Apple
Watch em setembro de 2014, mas que só foi lançado em abril de 2015 (em alguns
países).
A antecipação criada para comprar um relógio desses foi enorme e,
no momento que escrevo esse artigo, ainda é muito difícil conseguí-lo. (se você
tiver um, compartilhe com a gente nos comentários)
Embora todos os produtos da Apple sejam lançados usando fortemente o
gatilho da antecipação, o produto abaixo possui elementos clássicos de
um trailer:
- Pouca informação ou informação incompleta sobre o produto
- Música envolvente
- Data de lançamento do produto
- Logo da empresa no final
Inclusive, vi esse trailer em um cinema aqui no Rio.
Como usar o gatilho mental da
Antecipação no seu negócio:
Para usar este gatilho em sua estratégia, planeje o lançamento do seu
produto e comece a fazer a publicidade, soltando informações ou dicas sobre
ele, semanas ou meses antes do lançamento.
Temos o costume de usar o termo “seeding” para essa estratégia.
Ele significa “semear”. É como se você estivesse semeando o terreno para
o que está por vir.
Você pode realizar webinários, entrevistas com especialistas na área,
escrever um artigo mostrando um pouco da sua história e até mesmo criar um
trailer para o seu produto que será lançado.
Se for possível, peça a pessoas influentes para comentarem sobre o
produto que está por vir.
Dessa forma, você estará formando uma comunidade de pessoas ansiosas
para comprar seu produto, especialmente se já houver uma demanda latente por
ele.
Ah, não esqueça que na próxima semana traremos mais 8 gatilhos
mentais para completar a lista dos 17. Basta ficar de olho na sua caixa de
email.
GATILHO MENTAL #8 – NOVIDADE
As pessoas adoram novidades. Em termos neurológicos, quando somos
expostos a algo novo, há um aumento na liberação de dopamina, neurotransmissor
responsável pela sensação de prazer.
Apesar de coisas familiares gerarem certa tranquilidade, a novidade nos tira
da zona de conforto e nos motiva a buscar pela recompensa associada a ela.
Empresas de tecnologia e de automóveis usam esse gatilho frequentemente.
Afinal, a cada ano, somos expostos a um novo modelo de celular, televisão,
carro.
Embora muitas vezes as diferenças entre os modelos sejam extremamente
pequenas, trocamos os objetos antigos pelo simples prazer de estar usando algo
moderno, inovador e, como quase sempre deduzimos, melhor.
Caso de Sucesso:
Você já ouviu falar em self-driving cars?
São carros em que não apenas o câmbio é automático, mas todo ele é
automático.
Eles dirigem por conta própria, com uma segurança estatística muito
maior do que nós seres humanos.
O vídeo acima mostra a Mercedes F 015, carro que muitos especialistas
chamam de “o carro do futuro”.
Não é à toa que a quantidade de tecnologia utilizada nesse carro é
enorme.
Afinal, o gatilho da novidade tende a andar muito próximo da inovação e
tecnologia.
Não poderia deixar esse comercial fora da lista de gatilhos mentais.
Afinal, ele é considerado por muitos, o melhor e mais inovador
comercial já produzido, de título “1984”.
Com forte storytelling (inimigo público comum) preferimos deixá-lo na
categoria novidade, já que um computador pessoal foi uma das maiores inovações
de nossa era.
A campanha ganhou inúmeros prêmios, que você pode conferir junto com
várias outras informações nessa página da Wikipedia.
Como usar o gatilho mental da
Novidade no seu negócio:
Em seu negócio, você pode usar este gatilho incluindo, de tempos em
tempos, uma atualização em seu produto ou serviço.
Mas sempre atualizações significativas, que façam ter sentido adquirir a
nova versão.
Além de estar usando um atalho mental poderoso, você não corre o risco
de se tornar obsoleto em relação ao mercado em que atua.
E, de fato, com a velocidade com que coisas novas são descobertas,
é cada vez mais necessário buscaratualização.
No marketing digital, por exemplo, isto é notório, porém, vale para
a maioria dos nichos.
Esse foi um dos motivos da ampla aceitação do infográfico sobre
Instagram que publicamos aqui no blog.
Falamos sobre novidades, curiosidades e ajudamos o leitor/visitante a se
atualizar sobre os números do Instagram, as hashtags mais usadas,
aplicativos para edição de imagens e vídeos e muito mais.
Extra: Quando você lança um produto, seja online ou off-line, poucas vezes no
ano, além de estar usando o gatilho da novidade, também está ativando a
escassez.
Associar este dois mecanismos no seu negócio fará com que as vendas
aumentem consideravelmente.
GATILHO MENTAL #9 – RELAÇÃO
DOR X PRAZER
O ser humano sempre guia suas ações sob a lógica de evitar a dor e
alcançar o prazer.
Sendo assim, esse gatilho mental é extremamente importante, pois se
baseia naquilo que orienta toda e qualquer ação que tomamos.
Vale lembrar que, instintivamente, as pessoas são mais propensas a se afastarem
da dor do que a se aproximarem do prazer.
Isso porque geralmente associamos a falta de dor e sofrimento a uma
consequente sensação de prazer ou, no mínimo, de estabilidade e segurança,
especialmente emocional.
Para usar este gatilho, é necessário saber quais são as maiores dores e
desejos do público-alvo, já que nem todas as pessoas possuem problemas e
prazeres semelhantes.
Caso de Sucesso:
Ryan Grepper é o criador do Closlest, um gadget que veio
revolucionar o conceito de cooler, acabando com todas as objeções de pessoas
que gostam de passear ao ar livre.
O produto é equipado com uma bateria recarregável de 18 volts, que traz
um liquidificador embutido e entradas USB para recarga de outros aparelhos,
como celulares e laptops.
Com capacidade para cerca de 55 litros, o Coolest tem ainda
alto-falantes à prova d’água com conexão Bluetooth e luzes de LED que iluminam
seu interior e também um abridor de garrafas do lado de fora.
Além disso, as rodas do Coolest são duas vezes mais largas que o normal,
fazendo com que ele se locomova mais facilmente na areia.
O produto ainda oferece vários outras funcionalidades. Assista ao vídeo
e veja se, mesmo não sendo o tipo de pessoa que usa cooler, você não vai sentir
vontade de comprar um!
P.S.: O produto já arrecadou, desde a metade de 2014 até agora, nada
mais nada menos que U$13 milhões!
Como usar o gatilho mental da
Relação Dor x Prazer no seu negócio:
Para ativar este gatilho em suas vendas, você deve levar em consideração
o fato de as pessoas se preocuparem mais em afastar o sofrimento do que
obter satisfação.
Sendo assim, em primeiro lugar, apresente as soluções que seu
produto ou serviço oferecem para os problemas dos clientes.
Foque na dor das pessoas, fale sobre cada aspecto negativo daquele
incômodo e como aquilo tem atrapalhado a vida do seu público-alvo.
Apresente seu produto como a resolução definitiva e só depois disso,
mostre como as pessoas desfrutarão do que você tem a oferecer.
Isto é, apenas depois de mostrar os problemas e as soluções é que você
deve relacionar seu produto a algo prazeroso.
Faça isso usando palavras negativas para a primeira etapa de vendas
(caso seja um vídeo, mostre isso na sua expressão). E, em seguida, usar
palavras associadas à felicidade, ao prazer.
Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/arte-de-influenciar-pessoas-9-gatilhos-mentais-para-voc%C3%AA-ana-colombia?trk=eml-b2
14/06/2016
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